Essa é uma pergunta muito comum para quem está começando: “Se eu investir R$ 250 todo mês em ações, o que consigo acumular em 10 anos?”.
A resposta não é exata porque a bolsa é renda variável. Isso significa que os preços sobem e descem, e os ganhos não são previsíveis como na poupança ou no Tesouro Selic. Mas dá para fazer simulações e entender a lógica.
Como funcionam os aportes mensais em ações
Quando você investe em ações, o dinheiro não fica parado. Ele pode render de duas formas:
- Pela valorização das ações com o tempo.
- Pelos dividendos, que são parte dos lucros das empresas distribuídos aos acionistas.
Se você coloca R$ 250 por mês, está comprando sempre mais ações. Em 10 anos, esse valor acumulado se multiplica porque você não apenas guarda, mas também deixa os rendimentos trabalharem para você.

Juros compostos: a bola de neve dos investimentos
O segredo do crescimento no longo prazo é o juros compostos. É quando os rendimentos de hoje passam a gerar novos rendimentos amanhã.
É como uma bola de neve descendo a montanha: começa pequena, mas quanto mais anda, mais cresce.
Se você apenas guardar R$ 250 por mês sem rendimento, em 10 anos teria R$ 30.000. Mas investindo em ações, esse valor pode crescer muito mais.
Simulação com diferentes cenários de rendimento
Não dá para prever o futuro, mas podemos olhar para médias históricas e criar cenários realistas:
- Cenário conservador (8% ao ano): ao final de 10 anos, você teria cerca de R$ 45.000.
- Cenário moderado (10% ao ano): ao final de 10 anos, você teria cerca de R$ 50.000.
- Cenário otimista (12% ao ano): ao final de 10 anos, você teria cerca de R$ 55.000.
Esses valores incluem os R$ 30.000 aportados e o crescimento com os rendimentos.
O rendimento da bolsa nos últimos 30 anos
Para entender melhor, vale olhar para o passado.
Nos últimos 30 anos, a bolsa brasileira (IBOVESPA) teve uma média anual de cerca de 12% ao ano. Houve períodos de forte valorização e outros de quedas pesadas, como nas crises de 2008 e 2020.
Já a taxa de juros no Brasil ficou boa parte do tempo em patamares muito altos. Isso fez com que a renda fixa também tivesse bons retornos, mas de forma mais estável e previsível.
Esse contraste mostra que a bolsa pode trazer retornos maiores no longo prazo, mas com muito mais risco no caminho.
Por que não investir só em ações
Muita gente acha que para ganhar mais precisa colocar tudo em ações. Mas isso é um erro.
Se você coloca todo o dinheiro em renda variável, fica muito exposto às oscilações do mercado. Isso pode causar frustração e até levar ao abandono da estratégia.
O ideal é ter uma carteira equilibrada. Ou seja, misturar ações com outros tipos de ativos:
- Renda fixa (Tesouro Selic, CDBs): trazem segurança e estabilidade.
- Fundos imobiliários (FIIs): pagam dividendos mensais e ajudam a diversificar.
- Ações e ETFs: dão potencial de crescimento no longo prazo.
Essa mistura reduz o risco e mantém o potencial de ganhos.
O poder dos dividendos
Outra vantagem das ações é o recebimento de dividendos. Empresas sólidas costumam distribuir parte do lucro aos acionistas.
Se você reinveste esses dividendos comprando mais ações, aumenta o efeito bola de neve.
Com o tempo, a carteira começa a gerar renda passiva. Mesmo que você pare de investir, continua recebendo os dividendos, que podem ser reinvestidos ou usados como complemento de renda.
O que esperar em 10 anos
Investindo R$ 250 por mês em ações, em 10 anos você pode ter entre R$ 45.000 e R$ 55.000, dependendo do cenário. Esse valor é muito maior do que apenas guardar o dinheiro sem rendimento.
Mas é importante lembrar que ações exigem paciência. No curto prazo, o mercado pode cair, e você pode ver sua carteira desvalorizar. Mas, no longo prazo, a tendência é de crescimento.

Conclusão
Investir R$ 250 por mês em ações durante 10 anos pode render um patrimônio interessante, que vai além dos R$ 30.000 que você aportaria. Dependendo da média de retorno, esse valor pode ultrapassar R$ 50.000.
Mas o mais importante não é apostar tudo em ações. O ideal é ter uma carteira equilibrada, misturando renda fixa, fundos imobiliários e ações. Dessa forma, você diminui os riscos e mantém um bom potencial de ganho.
A disciplina de investir todo mês é o que realmente transforma o futuro. Começar pequeno, ser consistente e pensar no longo prazo é o caminho para alcançar independência financeira.