Se eu investir R$ 150 por mês em fundos imobiliários, quanto terei depois de 3 anos?

Quem está começando no mundo dos investimentos muitas vezes se pergunta se é possível construir algo relevante investindo pouco. Uma dúvida comum é: se eu investir R$ 150 por mês em fundos imobiliários, quanto eu vou acumular em 3 anos?. A resposta não é mágica, mas é bem interessante, principalmente quando a gente entende como os FIIs funcionam.

O que são fundos imobiliários

Os fundos imobiliários, conhecidos pela sigla FIIs, são investimentos que reúnem vários investidores para aplicar em imóveis ou em papéis ligados ao setor imobiliário. Em vez de comprar um prédio inteiro, você compra uma pequena parte dele, representada por cotas do fundo. É como se cada cota fosse um pedacinho de um grande empreendimento.

O grande atrativo dos fundos imobiliários é a renda passiva. Por lei, eles precisam distribuir pelo menos 95% do lucro líquido em forma de dividendos mensais para os cotistas. Ou seja, você recebe um dinheiro todo mês, proporcional ao número de cotas que possui, sem precisar vender nada.

Quanto rende um fundo imobiliário

Não existe um rendimento fixo, porque os FIIs são investimentos de renda variável. Mas olhando o histórico, a maioria dos bons fundos paga algo entre 0,7% e 1% ao mês sobre o valor da cota. Isso dá algo em torno de 8% a 12% ao ano, isento de imposto de renda para pessoa física nos dividendos.

É claro que existem variações. Alguns fundos podem pagar mais, outros menos. E os rendimentos podem oscilar com base no cenário econômico, na taxa de vacância dos imóveis e na gestão do fundo. Mas, em média, esse é o retorno esperado por quem investe em fundos imobiliários com foco em renda.

Simulação: R$ 150 por mês em 3 anos

Agora vamos ao cálculo prático. Imagine que você invista R$ 150 todo mês durante 3 anos, sem falhar.

  • Em 36 meses, você teria aplicado R$ 5.400.
  • Considerando um rendimento médio de 0,8% ao mês (cerca de 10% ao ano), seu dinheiro trabalharia com os juros compostos.
  • Ao final de 3 anos, o valor acumulado estaria em torno de R$ 6.350.

Esse total inclui os aportes que você fez e os dividendos que foram sendo reinvestidos. É um ganho de quase R$ 1.000 em relação ao que você teria apenas guardando o dinheiro.

Agora imagine que, além de acumular patrimônio, você começa a receber dividendos mensais. Se a sua carteira de FIIs pagar em média 0,8% ao mês, sobre esse valor acumulado, você teria algo como R$ 50 por mês de renda passiva ao final dos 3 anos.

Se eu investir R$ 150 por mês em fundos imobiliários, quanto terei depois de 3 anos?

O poder da renda passiva

Pode parecer pouco no começo, e realmente é. No início, os resultados não são tão expressivos. Mas o grande diferencial dos FIIs é que, a partir do momento em que você acumula patrimônio, o dinheiro começa a trabalhar sozinho.

Mesmo que você pare de investir, as cotas que já comprou continuam pagando dividendos todos os meses. É como se você tivesse alugado um imóvel, mas sem precisar se preocupar com inquilino, manutenção ou burocracia.

Essa renda passiva, mesmo pequena no início, tem um valor enorme: ela é recorrente. Enquanto você mantiver as cotas, o fluxo de dinheiro continua caindo na sua conta, mês após mês.

Crescimento não tão explosivo quanto ações

É importante deixar claro que os fundos imobiliários não têm o mesmo potencial de valorização que as ações. Enquanto uma empresa pode multiplicar de valor em alguns anos, os FIIs tendem a crescer de forma mais estável.

Isso acontece porque o valor da cota reflete os imóveis e papéis que o fundo possui. Eles podem se valorizar, sim, mas dificilmente terão explosões de preço como acontece no mercado de ações.

Ou seja, os FIIs são ótimos para quem quer construir renda passiva, mas não devem ser vistos como um caminho para ganhos muito rápidos.

Se eu investir R$ 150 por mês em fundos imobiliários, quanto terei depois de 3 anos?

O efeito bola de neve

Aqui entra uma das estratégias mais poderosas dos fundos imobiliários: reinvestir os dividendos. Em vez de usar o dinheiro que recebe todo mês, você pode comprar novas cotas.

Esse reinvestimento faz com que, no mês seguinte, você tenha mais cotas e, portanto, receba mais dividendos. Com o tempo, isso cria um efeito bola de neve. O crescimento se acelera, porque você está usando os próprios rendimentos para aumentar seu patrimônio.

No começo, esse efeito é pequeno. Mas depois de alguns anos, a diferença se torna gigantesca. É a mágica dos juros compostos aplicada na prática.

FIIs acessíveis para qualquer bolso

Outro ponto positivo dos fundos imobiliários é que eles são acessíveis. Existem cotas que custam menos de R$ 10, de fundos sólidos e bem administrados. Isso significa que mesmo quem tem pouco dinheiro consegue começar a investir.

Com apenas R$ 150 por mês, você já consegue diversificar em vários fundos diferentes. Isso ajuda a reduzir riscos e aumentar a segurança da sua carteira.

Riscos a considerar

Mesmo sendo uma excelente alternativa para renda passiva, é importante lembrar que os FIIs têm riscos. Entre eles estão:

  • Oscilação das cotas: o preço pode cair ou subir no mercado.
  • Vacância: se um fundo de tijolo (que investe em imóveis físicos) ficar com imóveis vazios, o rendimento cai.
  • Gestão: a qualidade do gestor impacta diretamente no resultado.

Por isso, é fundamental acompanhar os fundos em que você investe. Ler relatórios, entender o mercado e, se possível, diversificar entre diferentes tipos de FIIs: de tijolo, de papel e fundos de fundos.

Por que FIIs são tão interessantes para aposentadoria

Os fundos imobiliários são vistos por muitos como uma forma de “aposentadoria antecipada”. Isso porque eles geram um fluxo mensal de renda, algo que lembra muito o salário.

Se você mantém os aportes constantes e reinveste os dividendos, pode construir uma carteira capaz de pagar suas contas no futuro. E o mais interessante é que, mesmo sem aportar mais, o dinheiro continua entrando.

É por isso que muita gente considera os FIIs um caminho sólido para quem quer independência financeira no longo prazo.

Conclusão

Investir R$ 150 por mês em fundos imobiliários durante 3 anos pode render algo em torno de R$ 6.350, considerando um cenário médio de 0,8% ao mês. Mais do que o valor final, o importante é o hábito que você cria e a renda passiva que começa a surgir.

No início, os resultados podem parecer pequenos, mas com disciplina, paciência e reinvestimento dos dividendos, a bola de neve vai crescendo. E a partir do momento em que você tem esse patrimônio, os dividendos mensais continuam caindo na sua conta, mesmo que você pare de investir.

Os FIIs são um investimento de construção lenta, mas constante. Não têm o mesmo potencial explosivo das ações, mas oferecem algo único: um fluxo de renda previsível, isento de IR, que pode durar para a vida toda.

Eduardo Sampaio especialista

Eduardo Sampaio aprendeu cedo a importância de organizar o dinheiro. Depois de passar por dificuldades financeiras na juventude, decidiu estudar educação financeira de forma prática e acessível. Ao longo dos anos, ajudou amigos e familiares a sair das dívidas e a encontrar um caminho mais equilibrado nas finanças. Apaixonado por transformar temas complicados em explicações simples, escreve no blog Meu Dinheiro Certo para mostrar que qualquer pessoa pode ter mais controle sobre o próprio bolso. Sua missão é aproximar a educação financeira da vida real, sempre com exemplos claros, dicas práticas e uma linguagem que qualquer pessoa entende.